O amor
e o sorvete
Doce,
ácido, amargo, cremoso
O calor
que invade faz o riso gostoso
Assim também
é o amor em alguns momentos
Um frio
que esquenta e cura lamentos
Sem
hora para acontecer, toda hora é hora
Como,
por exemplo, agora
Se é
tristeza, consola, se é alegria, revigora
Mas se
é dúvida, experimenta, uma hora melhora!
Colorido,
desbotado, picante, adocicado
O
sorvete não é mais do que doce pecado
Aos
pedaços ou de montão
O amor
enche o quarto e o coração
O amor
cura a solidão, ensina a compartilhar
O
sorvete alegra a alma do que vive a lamentar
O amor
aponta caminhos, o sorvete atrai o olhar
Cada um
tem sua função; fazem a vida transbordar
O amor
une, cresce, separa e vai embora
O
sorvete gruda, queima, alivia e vicia na hora
Um não
vive sem o outro: há o amor de quem lhe dá a vida
E o
amor daquela que o devora incontida
Se foi
amor o que vivi, não sei
Ainda
assim experimentei, me lambuzei
Do
sorvete me servi e me fartei
Alimento
o corpo e a mente que vaga, disso eu bem sei!
Seu
moço, depois me explica como fazer
Quero
de verdade é conseguir entender
Não do
sorvete que me oferece à tentação
Mas da alegria que me vai ao coração