EXUBERÂNCIA

Como uma rainha, a presença de tão altiva assusta e atrai
Desperta quem não poderia ser tão ousado; aquele que cai
Repele outro que chegaria manso e poderia atracar
Exuberância que faz ruborizar, exuberância que faz repensar

Pensar em calar, parar para refletir
Vontade enorme de fugir
Mas ainda é tempo de comprender
A fraqueza é minha, do outro, carente de transcender

Presença que fala por si, mesmo quando tenta esconder
Ocultar as mazelas do passado, que insistem em voltar
Mas isso é complicado, duro de conter
Reviver sem pensar, a sedução insiste em dominar

Admito que o passado foi pesado e não tão longe assim
E o passado-presente tira minha paz: cuide de mim!
Afaste-se, volte para o seu mundo
Deixe-me só no meu, que agora é mais ainda profundo

Com a força de uma rainha, com a arte da guerra
Com a sabedoria real e com a fé raciocinada
Sinto-me assim, serena, amparada
Pronta para a batalha, remover toda a terra

E erguer novamente novo cenário
Branco, alvo, cores vibrantes; eu quis
Retomei meus passos, nada lendários
Ergui-me do lodo, construí meu futuro, doce, puro, enfim feliz!

A CULPA É DO CHOCOLATE!

Quem manda ser tão desejável assim?
Quem manda ter esse olhar que me remete ao mar?
Quem manda ser assim tão intenso?
Quem manda ter chegado perto como se nada quisesse?

Sei por que veio, sei por que ficou
Sei por que demora a voltar
Sei por que se afasta e se oculta
Sei, porque aceitei; sei, porque posso esperar

Bom como o chocolate que dividimos
Bom como o cheiro do cacau no ar
Bom como a calda quente que inspira
Bom como o recheio que satisfaz

Mãos, olhos, boca, língua, cabelos, banho, movimentos
Tudo se mistura ao gosto do chocolate
Disputa dura e enlouquecedora
Nós ganhamos, mas compartilhamos com os chocolates

E eles nos saciam, como nós nos embriagamos
Com eles, deles, conosco, eu por você, você por mim!
Publico isso? Sei lá. O bom é que não precisamos de rima
Nem de ímã, mas uma surpresa sempre agrada...

Calor, suor, boca seca, respiração ofegante,
Viagem aos céus. Você é o veículo
Sou passageira, sou pra hoje, pra sempre, se você quiser e desejar.
Embarcar nessa história é como degustar chocolates...

Quente, doce, consistente, misturado, derretido, deslizante, alucinante
Vício doce, doce vício
Doce a espera, doce o reencontro
Doce a partida, mais doce o regresso...

E assim, o vai e vém...

O ALVO

Mão firme, olho certeiro, mirei fundo
O que houve? Algo não deu certo
Não era isso o que mais queria no mundo?
Na verdade, só queria ter você por perto

Não que quisesse acertar o alvo, moço
Mas você entrou no jogo, muito fácil controlar
Senti o gosto, degustei até o caroço
Homem, menino, volúvel, não soube desafiar

Enquanto era bala pra todo lado
Até me diverti imaginando uma delas acertar
Mas tive pena, você morreria calado
Sequer saberia como aproveitar

Por outro lado, me deixou ver
Aquela fresta podia muito mais me oferecer
Outros braços pra me envolver
Outros beijos pra me aquecer

Esse sim mereceu mais ousadia ao atirar
Aliás, esse não era alvo; alva é sua pele quente
Certeiro, firme, soube me arrebanhar
Agora sou sua; e você quer, diferente do outro, não mente

Acertamos um ao outro; assim os olhares combinaram
Palavras que aproximaram, histórias que anunciaram
Corpos que suaram, pensamentos que viajaram
Mãos que se entrelaçaram, pulsões que extasiaram

O errado que trouxe o belo
A ilusão que refez o elo
É você o que mais desejo
Quero mais que desejo
Um abraço, seu corpo, só seu beijo

Aprendi a atirar, venci o teste do medo
Estou pronta pra seguir
Acertar está na ponta do dedo
Não tem como resistir.

EU SOU DO SOL

Eu sou do sol
Mas a lua me preenche
Eu sou do sol
E como exibida que sou também aqueço

E você sente isso
E gosta, e curte, e desfruta
Porque eu deixo
Eu ilumino, eu te contamino

Eu sou do sol
Porque você me quis assim
Você já esperava isso de mim
Foi seu olhar, o culpado da minha luz

Eu sou o sol
Aquele que depois do brilho
Recolhe-se a sua espera,
Minha lua!

Eu sou o sol
Doadora, forte, luz, sorriso
Aqueço suas manhãs,
Mesmo sem seus abraços, seus traços

Eu sou do sol
Ainda embora quieta num canto frio
Eu sou do sol
Quando visito seus pensamentos molhados

Eu vou ao sol
E de lá te alcanço
Olhar azul, calor que escorrega
Tesão de muita espera

Eu sou do sol
Porque dele me alimento
E pra ele dedico meu lamento
Traga logo esse moço, que eu gosto

Paixão, sensação, afeto, gozo pleno
Clima de ontem
Clima de hoje
O amanhã, eu sei, tudo de novo!

AGORA É PRA ONTEM!

Impossível contar as cabeçadas
Impossível crer no quanto insisti em vão
Insisti em não ver, em não me enxergar
Em não me socorrer, como pude já que gritei tanto por socorro?!

Por que será que eu me abandonei dessa forma?
Quis ficar e permanecer cega
Quis alcançar o outro sem me lembrar de mim na estrada
Mas toda escuridão um dia acaba, todo descaso um dia tem fim.

E agora tomei as rédeas, as minhas próprias rédeas
Não será mais aquela “você” quem guiará
Serei eu. Eu, mistura de “você” com a experiência
Você com o que sobrou da dor, da lembrança, só que agora ereta.

A vida é tão fácil, tão doce, tão serena!
E você, essa “eu” de antes, quis a todo custo complicar
Era pancada no ego, murro no estômago
E depois ter de remediar tudo, em doses homeopáticas

Sabe aquela brisa que vem na sua direção?
Então, ela não desistiu de mim
Veio de novo, fria, doce, perfumada, musical
Não consigo me conter! Vou embarcar nela, já!

Nem sei pra onde vou, mas sei que vou
Embalada por esse ritmo caridoso
Vontade tamanha renovada
Voz longe que eu escuto, que me chama
Quis chorar, mas consegui sorrir!!!

PEDIDO ESPECIAL

À minha alma gêmea

Agora sou um misto de tristeza, de solidão e de tédio
Mas ainda tenho meus momentos de alívio
Quando durmo e encontro você...
Que me alegra e me invade como uma brisa doce
Faz esquecer o amargor de algumas ocasiões

Às vezes prefiro contar o tempo pro nosso reencontro
Acho que devo fazê-lo mais frequentemente,
Acordada!!!
Não desejando a morte, mas que a vida passe rápido
O suficiente pra não ser mais do que espaço de tempo
Entre a noite e o dia...

E assim deixar pra trás um pedaço vivido com as decepções
Com as mazelas desse ser, que se diz Humano
Com os erros que insistem em doer
Com as saudades que o tempo não diminui

Não sei o que faria novamente e de que forma escolheria dessa vez,
Só sei que está muito difícil sem você aqui comigo
Espero que não desista de mim, mesmo daí vendo meus tropeços
O erro e o descaminho são a falta da sua mão pra me guiar,
Do seu sorriso pra me fortalecer e
Do seu abraço que revitaliza e me faz melhor

Interceda por mim e dessa vez não se vá antes que eu retorne
Preciso desse tempo de paz, de refazimento, de verdade
E se for providente que eu novamente aqui esteja,
Que seja na sua companhia
Ou ao menos que passe aí ao seu lado por muitos bons momentos
Aqueles que só você é capaz de me proporcionar...

TE AMO E ASSIM SEMPRE SERÁ!!!