SEM O PESO DO PÓ
Ando cansada da fragilidade das relações humanas, da instabilidade doentia de algumas pessoas e das frivolidades em que se baseiam os relacionamentos; difíceis de estabelecerem-se e quebráveis ao menor sussurro...duram uma ou algumas noites por medrosas que são as pessoas de se mostrarem no íntimo, pela alma doente e carente, frágeis que são de não perceberem, no olhar e no toque do outro, a força que lhes falta para erguerem-se e abandonarem definitivamente o lodo que as consomem.
Alimentam o pó que entope a garganta e faz o ar descer rasgando, que arde os olhos exigindo deles as lágrimas como antídoto, que resseca as mãos impedindo-as de entrelaçarem às do outro, que petrificam o coração cegando tudo, que se sedimenta no cérebro e cobre tudo o que vê pela frente.
Todos têm algum pouco do pó paralisante, mas eu faço faxina diária e não aceito que alguém queira despejar o seu aqui, como se encontrasse um container apropriado. Ao pedir minha ajuda, passo a trabalhar em dobro, mas não dê o peso todo para eu carregar, pois guardo a minha força para sorrir, curtir, abraçar, beijar, dançar, juntar palavras, carregar meus livros, viajar, e recomeçar...
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