Palavras riscadas não têm o poder de desnudar uma pessoa,
Mas, em dado momento, você poderá me encontrar nelas.
Em outros nem tanto, de algumas palavras sequer passei perto.
E gosto de fazer você pensar que aquela sou eu.
Se você pensar bem, verá que até de você, que apenas lê
elas têm um pouco, o tanto você é quem sabe.
Mas não se sinta invadido, não isso não.
Sinta-se lembrado.
Com certeza elas quiseram falar mais de você
Mas por uma questão de privacidade,
Mostraram-se de outra forma.
Aquele que escreve jamais estará sozinho.
Sua parceria com as letras é capaz de inundar cada
espaço em branco do corpo e da alma,
Revirando emoções, fantasiando outras
Criando mistérios, desvendando silêncios
Decifrando ilusões, estimulando o ânimo perdido.
Prazer ainda maior é juntar letras,
Palavras sem pé e sem cabeça,
Sem saber o que irão formar
Contar uma história, sem objetivo
Na torcida para que inspire e seja emoção dividida.
Sentimento de quem arrancou uma dor do corpo
As letras arrumadinhas entre si
São filhas de quem cuidamos
De ver tomar forma, de amadurecer
De voltar e comprovar que mereceram estar ali.
Nem tudo o que escrevo sou eu.
Eu escrevo sobre tudo que penso ser eu.
Depois apago, transformo, dou a minha cara.
E ainda assim não sou eu, mas parte de mim.
Quem escreve, às vezes, enlouquece
Quem não escreve sobrevive
Quem lê estranha
Quem escreve sorri
Quem não escreve se perde
E se vê nas letras de alguém que se encontrou.
E quando se encontrou
Passou a escrever, a enlouquecer
Precisou ler mais ainda, sorriu
E voltou a escrever.
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